Manaus pode estar prestes a dar um o importante para a preservação de seu patrimônio histórico e científico. Uma proposta para transformar o antigo Palácio Rio Branco, no Centro Histórico da cidade, em um Museu de Geociências está sendo articulada pelo professor aposentado, escritor e microempresário do ramo de mineração, Cristóvam Luiz.
De acordo com informações de Cristóvam, no início de junho está prevista uma reunião com autoridades do Governo do Estado para acelerar as tratativas que visam viabilizar o projeto. A ideia é transferir o atual acervo do Museu de Geociências da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), hoje mantido em condições inadequadas, para o emblemático prédio histórico, dando nova função e significado ao espaço.
O museu deverá homenagear a professora e arqueóloga Rosalie Benchimol, reconhecida por seu legado em pesquisas geológicas e paleontológicas na Amazônia, como as expedições ao Sítio Cajueiro, onde foram descobertos fósseis do “Purussaurus brasiliensis”, um dos mais importantes registros paleontológicos do país.
União de esforços
Cristóvam ressalta que, em 2024, participou de reunião no Departamento de Geociências da UFAM, como membro do Fórum de Estudos Econômicos e Sociais para o Desenvolvimento Sustentável (FOCOS), onde apresentou a proposta a professores, técnicos e alunos. Ele defende a união de esforços entre a UFAM, a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e a Prefeitura de Manaus para a concretização do projeto.
“Será uma conquista para a UFAM, para a Aleam, para a Prefeitura e para toda a sociedade amazonense, que poderá contar com um espaço adequado para um acervo valioso, e ainda impulsionar o turismo e a educação no Centro Histórico de Manaus”, enfatiza o professor.
Além do Museu de Geociências, Cristóvam também propôs a realização de um seminário para debater temas de relevância regional, como os estudos sobre os geoglifos da Amazônia e o projeto do Geoparque do Purussaurus, que ele próprio idealizou e deve lançar em livro ainda este ano.
O Palácio Rio Branco, construído no final do século XIX, carrega em suas paredes a memória dos tempos em que Manaus sonhava em ser a “Paris dos Trópicos”. Foi sede da Assembleia Legislativa do Estado e palco de importantes decisões políticas.
Atualmente, o prédio histórico sofre com o abandono, com fachada deteriorada, janelas quebradas e infiltrações, cenário denunciado na crônica “Palácio Rio Branco: o silêncio do poder”, de nossa autoria, publicada em abril pelo portal Em Tempo.
O descaso com o Palácio é símbolo do esquecimento institucional e da perda do respeito à história do Amazonas. A transformação do edifício em um museu de ciência e cultura surge, assim, como uma esperança de resgate e revalorização não apenas do prédio, mas também da memória e da identidade amazônicas.

¹Articulista do Portal Em Tempo, Juscelino Taketomi, é Jornalista. Há 28 anos é servidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam)
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Palácio Rio Branco: o silêncio do poder
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