Em Canoas (RS), a jovem Livia Goulart Belmiro, de 16 anos, sentiu fortes dores na barriga e nos rins e procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por oito vezes. Ela tomou mais de dez remédios diferentes, mas em nenhum dos atendimentos recebeu o diagnóstico correto. A família alega negligência médica.
De acordo com a mãe, os laudos clínicos indicaram uma infecção urinária, o que impediu o diagnóstico adequado e o tratamento no tempo certo.
“Ficaram mascarando a dor da minha filha. Se tivessem feito o exame correto nela, teríamos conseguido o tratamento a tempo e ela ainda estaria conosco”, afirmou a mãe.
Com a piora dos sintomas, Livia foi transferida para um hospital, onde a apendicite foi finalmente diagnosticada por meio de tomografia. Ela ou por uma cirurgia de emergência, mas desenvolveu uma infecção generalizada e não resistiu.
O hospital informou à família que o apêndice de Livia estava estourado há cerca de três semanas.
A prefeitura de Canoas lamentou o ocorrido e abriu uma sindicância para investigar o caso.
Quais são riscos do diagnóstico tardio de apendicite?
A apendicite é a inflamação do apêndice, no final do intestino grosso, localizado na parte inferior direita do abdômen. Segundo artigo publicado na “Revista Interdisciplinar em Saúde”, da Faculdade de Santa Maria, no RS, as complicações do diagnóstico tardio de apendicite incluem septicemias, abscessos, infecções subcutâneas (quando atinge as camadas abaixo da pele e podem chegar em outros órgãos internos), além de obstrução intestinal.
“Portanto, o diagnóstico precoce, nesse sentido, representa a mais importante conduta em termos de evolução para os pacientes, evitando a realização de procedimentos cirúrgicos desnecessários ou mesmo o tratamento tardio de condições urgentes”, pontua o texto, escrito por seis profissionais da área da saúde.
Uma vez não tratado, a inflamação do apêndice pode causar seu rompimento, o que causa a liberação de fezes ou pus para a cavidade abdominal, segundo o Manual MSD.
Ainda de acordo com o artigo da “Revista Interdisciplinar”, a apendicite pode ser considerada a causa mais comum de dor abdominal súbita e aguda que não estão relacionadas a traumatismo (lesões causadas por batidas), especialmente em jovens entre 10 e 30 anos.
Além disso, representa a causa mais prevalente de dor abdominal em serviços de urgência e necessita de intervenção cirúrgica imediata, único tratamento disponível para a condição.
Sinais de alerta do apendicite
A manifestação clínica mais comum do apendicite é a dor abdominal por toda a barriga, que ocorre entre 12 a 24 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, junto com febre.
Após uma semana ou mais, a dor e a febre continuam, geralmente com maior intensidade, e o exame físico poderá detectar uma protuberância na parte inferior direita do abdômen, segundo a Faculdade de Santa Maria.
O diagnóstico é feito por hemograma, análise de rotina da urina, ultrassonografia e tomografia computadorizada.
(*) Com informações do SBT News
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