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Preocupação

A Ponte do Rio Negro vai cair? Entenda medida do MP e a opinião de especialista

Vice-Presidente do IBAPE-AM respondeu questionamentos a respeito da segurança da ponte

Foto: Chico Batata/Agecom

Um suposto risco de desabamento da Ponte Rio Negro, atualmente sob investigação do Ministério Público do Amazonas (MPAM), tem deixado em alerta a população que utiliza a via diariamente. O MP apura uma série de denúncias e relatos sobre o processo erosivo nas fundações da estrutura, o que foi rebatido pelo Governo do Amazonas. Diante desse ime, surge a pergunta: a ponte está, de fato, segura?

O MPAM

De acordo com o promotor de Justiça Paulo Stélio Sabbá Guimarães, titular da 63ª Prourb e autor da medida, o objetivo é garantir a segurança dos usuários da ponte.

“Queremos, com isso, que os motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres possam ter a certeza de que a ponte não oferece risco, que está em perfeitas condições de trafegabilidade”, declarou o promotor.

A 63ª Prourb requisitou à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) o envio do cronograma dos serviços de recuperação do talude impactado pela erosão. Caso as obras já tenham sido concluídas, o órgão solicita também o envio de registros fotográficos que comprovem a recomposição do solo.

Ainda de acordo com o MPAM, não há comprovação técnica, via laudo, da divulgada possibilidade de desabamento.

A Sedurb

Após ser notificada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) informou que já respondeu aos esclarecimentos solicitados sobre a situação da Ponte Rio Negro. A secretaria destacou que, em janeiro deste ano, uma equipe técnica realizou vistoria no local e não constatou risco de desabamento. Segundo o laudo, não foram identificadas anomalias estruturais na superestrutura ou nos elementos de apoio da ponte.

Durante a inspeção, foi observada uma interferência localizada na drenagem pluvial, nas proximidades de um dos pilares. O problema comprometeu a escada hidráulica e as manilhas de concreto. No entanto, esses elementos pertencem ao sistema de drenagem superficial e não fazem parte da estrutura da ponte, sem impactos diretos nas fundações ou pilares.

O IBAPE-AM

Ao Em Tempo, Frank Albert, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Amazonas (IBAPE-AM), afirmou que, desde o final do ano ado, vistorias têm sido realizadas na Ponte Rio Negro e que os laudos atestam a segurança da estrutura.

“A questão da ponte sobre o Rio Negro está diretamente ligada à falta de manutenção. Ela é como uma obra de arte. Na engenharia, nós chamamos estruturas como pontes e viadutos de obras de arte. E existe uma norma específica, a NBR 9452, que nos dá as diretrizes para fazer as inspeções nessas obras de arte. Então, na questão na Ponte do Rio Negro, o que vemos na realidade é a necessidade de manutenção, a realização de inspeção para verificar o nível de intervenções necessárias, verificar qual é o estado da nossa ponte, e em seguida, realizar a manutenção, tanto da ponte, da estrutura em si, quanto do entorno”, afirmou Frank Albert.

Sobre os problemas apontados pela equipe da Sedurb, Frank deu alternativas para a questão das manilhas de concreto, que podem ser substituídas por sistemas mais avançados.

Temos que verificar o uso de novas tecnologias. Se temos uma questão de vazante do nosso rio, que é histórico, por que, ao invés de usar manilhas de concreto, que são sistemas propensos a falhas, a uma durabilidade menor, por que não usar outros sistemas que já existem e já estão consolidados? Como base de PEAD”, opinou o profissional.

A avaliação sensorial do IBAPE-AM concluiu que a Ponte Rio Negro, a segunda maior ponte fluvial da América do Sul, permanece estável e sem risco de colapso estrutural. A estrutura, projetada por profissionais de renome e executada por uma construtora de excelência nacional, possui estacas de cravação com profundidade média de 20 metros ancoradas em rocha, garantindo sua integridade e segurança.

Após a ampla repercussão da matéria veiculada pelo MPAM, o órgão esclareceu que o intuito, em momento algum, foi causar pânico na população. Diante da repercussão gerada em torno do conteúdo, a matéria foi retirada do ar, mas a apuração na promotoria segue em andamento, conforme informado pelo promotor de Justiça Paulo Stélio.

Leia mais: Ponte Rio Negro não apresenta risco de desabamento, afirma Sedurb

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