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dia das mães

Mães felinas

Instinto, cuidado e amor silencioso: a maternidade felina ensina lições profundas sobre vínculo, responsabilidade e afeto

Fotos: Divulgação

Domingo foi dia das mães e eu não pude deixar de pensar sobre como a maternidade no mundo felino é algo fascinante. Quem já teve a chance de observar uma gata cuidando de seus filhotes sabe: há ali um instinto poderoso, quase ritualístico, que guia cada lambida, cada miado e até mesmo o afastamento gradual, tão característico das mães felinas.

Aqui em casa, nenhum dos meus gatos — Grey, Wolverine e Tempestade — teve a oportunidade de vivenciar isso do lado materno, já que todos foram adotados ainda pequenos. Mas sempre me pergunto como seria a convivência deles com a mãe gata por mais tempo.

Você já viu uma gata ensinar seus filhotes a caçar? Ou a usar a caixinha de areia? Desde muito cedo, as mães felinas têm um papel fundamental na formação dos pequenos: é com elas que aprendem sobre limites, linguagem corporal e comportamento social. É ali, no contato direto, que o gatinho começa a entender o mundo — e a si mesmo. Por isso, quando possível, é tão importante permitir que os filhotes fiquem com a mãe pelo menos até os 3 meses de idade.

E por mais independentes que os gatos sejam, nos primeiros dias de vida eles são completamente vulneráveis. Não enxergam, não ouvem, não controlam a temperatura do corpo. É a mãe quem faz tudo: aquece, alimenta, estimula o xixi, limpa, protege. Uma dedicação intensa, silenciosa, instintiva. Um amor que não precisa ser ensinado — apenas vivido.

Claro que, em situações de resgate ou abandono, isso nem sempre é possível. Eu mesma tive que assumir o papel de “mãe substituta” ao adotar meus gatos ainda bebês. E aí vem o desafio de alimentar, aquecer e acolher, sabendo que por mais esforço e afeto que a gente ofereça, nada se compara ao que uma mãe gata é capaz de ensinar. Ainda assim, é bonito ver como esses vínculos se constroem de formas diferentes, mas igualmente profundas.

E quando falamos de maternidade felina, também é preciso falar de responsabilidade. Uma gata pode entrar no cio com apenas 4 meses de idade e gerar diversas ninhadas ao longo do ano. A castração é um ato de cuidado — com ela, evitamos o sofrimento de tantas mães gatas abandonadas e filhotes que nunca encontrarão um lar. Maternidade, afinal, não deveria ser fruto do descaso humano.

Mesmo sem filhotes biológicos, muitas gatas adotam outros gatos, cuidam dos irmãos ou se tornam verdadeiras mães de humanos — daqueles que entendem o ronronar como conversa e enxergam no olhar felino um universo inteiro. Aqui em casa, cada um dos meus três tem sua personalidade única, mas sei que, no coração deles, mora um pouco desse instinto ancestral que vem lá do colo de uma mãe gata.

Ser mãe, para uma gata, é mais do que parir. É ensinar a viver. E mesmo que não tenhamos presenciado esse início com os nossos peludos, é bonito reconhecer que eles são quem são também porque, em algum momento, foram guiados por esse amor instintivo. E agora, cabe a nós oferecer o cuidado, o respeito e a segurança que eles merecem — com a mesma entrega silenciosa das mães felinas.

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