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Acordos

China vai investir R$ 27 bilhões no Brasil, anuncia Lula

Acordos envolvem infraestrutura, energia renovável, tecnologia e educação, com foco na formação de profissionais qualificados

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Durante viagem oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o país asiático investirá mais de R$ 27 bilhões no Brasil. Os aportes se concentrarão nas áreas de infraestrutura, energia renovável, tecnologia e educação, visando atender à demanda por mão de obra especializada.

O anúncio foi feito no Fórum Empresarial Brasil-China, realizado em Pequim, com a presença de investidores dos dois países. Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o fluxo comercial entre Brasil e China já alcança US$ 160 bilhões.

Parcerias estratégicas com foco no desenvolvimento

De acordo com o Palácio do Planalto, os novos acordos incluem US$ 1 bilhão para a produção de combustível sustentável para aviação (SAF), a partir da cana-de-açúcar, e a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) voltado à energia renovável.

Lula reforçou a importância da relação bilateral:
“Não é uma relação comum, é uma relação de dois países que têm compromisso de resolver o problema do empobrecimento que martelou a vida de ambos”, afirmou, destacando o combate à pobreza como marco de ambos os países.

Tecnologia e conectividade para áreas remotas

Lula citou avanços desde o encontro com Xi Jinping em 2023. Entre os destaques, está o Centro Virtual de P&D em Inteligência Artificial, parceria entre a Dataprev e a Huawei, voltado para áreas como saúde, mobilidade e segurança pública.

Outro projeto relevante é a ampliação da oferta de internet via satélites de baixa órbita, fruto da parceria entre a Telebras e a empresa chinesa Spacesail, que visa conectar regiões remotas do Brasil.

Saúde e energia limpa estão no foco

Na área da saúde, foram assinados oito acordos que envolvem transferência de tecnologia para a produção de medicamentos, vacinas, insumos e equipamentos médicos.

Já na área energética, a colaboração entre o Senai Cimatec e a empresa Windey resultará na instalação de um centro voltado à pesquisa em energia solar, eólica e sistemas de abastecimento. Lula também destacou o interesse chinês em minerais estratégicos, como lítio, nióbio e grafite, com transferência de tecnologia para a produção de baterias elétricas.

Investimento em infraestrutura logística

Lula ressaltou a importância do Corredor Ferroviário Leste-Oeste, que interligará o Brasil e fortalecerá a logística nacional. Ele também mencionou cinco rotas bioceânicas que conectarão os oceanos Atlântico e Pacífico, encurtando em até 10 mil quilômetros a distância entre Brasil e China.

“As rotas bioceânicas facilitarão o intercâmbio comercial e levarão mais desenvolvimento para o interior do continente sul-americano”, afirmou o presidente.

Educação é prioridade para garantir competitividade

Para dar conta das novas demandas tecnológicas, Lula afirmou que é urgente investir em educação:
“Não vamos conseguir ser competitivos no mundo digital sem investir em educação; se não investir em engenharia, matemática”, disse.

O presidente defendeu que o Brasil aproveite os recursos das exportações do agronegócio para investir em conhecimento e inovação.

“Temos que exportar agronegócio e utilizar esse dinheiro que entra para investir em educação, para podermos ser competitivos com a China na produção de carro elétrico, na construção de inteligência artificial. Ninguém vai dar isso de graça para nós brasileiros”, concluiu Lula.

Leia mais: Lula não dá prazo de devolução do dinheiro do INSS e culpa gestão Bolsonaro

M.E

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