Manaus (AM) – O vereador Zé Ricardo (PT), eleito nas eleições de 2024, oficializou sua candidatura à presidência estadual do Partido dos Trabalhadores na última sexta-feira (9). A eleição interna ocorrerá em julho em todo o país e pode marcar uma reconfiguração no comando da legenda no Amazonas.
Desde o fim do último pleito municipal, Zé Ricardo tem feito críticas públicas à gestão do atual presidente estadual do PT, o deputado estadual Sinésio Campos, também do PT. Ele defende maior alinhamento do partido com movimentos sociais e com pautas históricas da legenda.
A disputa interna ocorre em meio ao processo de reorganização do PT no estado, após os resultados eleitorais considerados abaixo das expectativas em 2024, uma vez que o partido está com comando de apenas duas prefeituras no Amazonas, sendo que os gestores foram reeleitos.
Além da corrida pela presidência estadual, o partido também poderá ter mudanças em sua direção municipal. Moisés Aragão, liderança ligada a movimentos sociais, articula uma candidatura para substituir Valdemir Santana na presidência do diretório de Manaus.
Acusação de fraude eleitoral
Apesar da movimentação para assumir a liderança da sigla no Amazonas, Zé Ricardo também enfrenta um processo na Justiça Eleitoral. Em janeiro deste ano, ele foi notificado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por suposta fraude na cota de gênero durante as eleições de 2024.
A ação foi movida pelo Partido Progressistas (PP) e também cita o vereador eleito Jaildo Oliveira (PV) e uma ex-candidata do PV, Jakeline de Souza.
A federação Brasil da Esperança lançou 25 candidatos homens e 14 mulheres, cumprindo formalmente a cota de gênero. No entanto, a ação questiona a candidatura de Jakeline de Souza, que teria sido registrada apenas para preencher a exigência legal. Ela obteve apenas seis votos, não movimentou recursos financeiros e não há registros de campanha.

Questionado pelo Em Tempo sobre o caso, o vereador nega qualquer irregularidade e afirma que não teve responsabilidade sobre a formação da chapa da federação PT-PV-PCdoB.
“Fiquei surpreso ao ser notificado, visto que não sou dirigente partidário. Não fui responsável pelas candidaturas constituídas para a eleição”, afirmou.
Em nota enviada à reportagem, ele argumenta que a candidata citada na denúncia comprovou, em audiência, que fez campanha regularmente e não se tratava de uma “candidatura laranja”.
“A senhora Jaqueline apresentou provas de que realizou campanha, com material de divulgação, atuação nas comunidades e prestação de contas aprovada. A recusa dela ao fundo partidário não configura fraude, e sim uma opção pessoal, baseada na defesa da democracia direta”, disse.
O parlamentar criticou a atuação do MPE no caso: “O que surpreende é que o membro do Ministério Público que se manifestou a favor do candidato derrotado sequer participou da audiência e se baseou em informações falsas e distorcidas. Querem tirar meu mandato no tapetão, porque minhas fiscalizações incomodam muita gente”, declarou o vereador, que aguarda o julgamento do caso.
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