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Dados

Manaus registrou 16.857 casos de sífilis entre 2020 e 2024

Casos de sífilis congênita preocupam na capital, aponta Semsa

Foto: Divulgação / Semsa

Casos de sífilis em Manaus preocupam autoridades de saúde
Boletim revela alta incidência da doença e riscos da transmissão durante a gestação

Manaus (AM) – Entre 2020 e 2024, Manaus notificou 16.857 casos de sífilis adquirida em adultos com mais de 13 anos, excluindo gestantes. No mesmo período, a rede municipal de saúde registrou 8.710 casos em gestantes e 1.641 casos de sífilis congênita, com 41 óbitos de bebês com menos de um ano, conforme dados do Boletim Sífilis 2025, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

Cenário atual: mais de mil casos em 2025

Somente entre janeiro e 12 de maio deste ano, já foram registrados 1.121 casos em adultos, 720 em gestantes e 96 em recém-nascidos com sífilis congênita.

Falta de tratamento adequado ainda é o maior desafio

A principal causa da transmissão vertical (de mãe para bebê) continua sendo o abandono do tratamento durante a gestação. Segundo a enfermeira Ylara Enmily Costa, do Núcleo de Controle de HIV/Aids, ISTs e Hepatites Virais da Semsa, mais de 80% dos casos de sífilis congênita são consequência da interrupção do pré-natal.

“O tratamento dura três semanas e envolve aplicações de penicilina que causam dor. Muitas gestantes desistem antes da conclusão. Com isso, o bebê precisa ser tratado já na maternidade”, explica.

Diagnóstico precoce evita 100% das transmissões

Embora o diagnóstico no pré-natal possa evitar totalmente a transmissão da sífilis ao bebê, os dados ainda preocupam. Em 2024, apenas 42,3% das gestantes foram diagnosticadas durante o pré-natal. A maioria (52,4%) recebeu o diagnóstico apenas no parto ou durante curetagem.

UBSs realizam teste rápido e iniciam tratamento imediato

Todas as gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Manaus fazem o teste rápido para sífilis. Em caso de resultado positivo, o tratamento com benzilpenicilina benzatina começa imediatamente. O medicamento é o único capaz de atravessar a placenta e tratar o feto. A Semsa reforça que os parceiros sexuais também devem ser tratados para evitar reinfecção.

Perfil dos casos em Manaus

Em 2024, a capital registrou 5.589 casos de sífilis, sendo:

  • 3.431 em adultos (exceto gestantes)
  • 1.741 em gestantes
  • 96 em bebês com sífilis congênita

O número de infecções em adultos tem se mantido estável: em 2023, foram 3.440 registros. A faixa etária mais atingida é de 20 a 39 anos (66,3%), seguida por pessoas de 40 a 59 anos (21,5%). Jovens de 10 a 19 anos representam 7,8% dos casos e idosos acima de 60 anos, 4%.

Homens continuam sendo os mais afetados, com 69,3% dos casos em 2024.

Gestantes mais jovens entre as mais atingidas

A maior parte das gestantes diagnosticadas em 2024 está na faixa de 20 a 29 anos (75,1%), seguida por adolescentes entre 10 e 19 anos (22,3%). Apenas 52% receberam diagnóstico no primeiro ou segundo trimestre, o que ainda permite tratamento completo.

“O dado mostra que muitas mulheres seguem iniciando o pré-natal tardiamente. Houve uma queda de 8,7% nesse indicador em relação a 2022”, destaca Ylara.

Documento público orienta ações de combate

O Boletim Sífilis 2025 está disponível no site da Semsa (semsa.manaus.am.gov.br) e detalha a incidência da doença, perfil epidemiológico e evolução dos casos em Manaus. A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, reforça que o material é essencial para gestores e profissionais da rede pública.

“É uma ferramenta para planejar estratégias mais eficazes de prevenção e controle da doença”, afirma.

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