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Depoimentos

Confira como funcionam as audiências de depoimentos no STF na ação da trama golpista

Audiências no STF começam nesta segunda (19) com oitiva de testemunhas no processo contra Bolsonaro e aliados

Sala de audiências do STF, onde ocorrem depoimentos do processo sobre tentativa de golpe
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (19), a fase de depoimentos na ação penal que apura a articulação de uma tentativa de golpe de Estado. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro. A etapa integra a chamada instrução processual, momento em que são colhidas as provas tanto da acusação quanto da defesa.

82 testemunhas serão ouvidas até 2 de junho

O cronograma estabelecido pelo relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, prevê audiências até o dia 2 de junho. Os depoimentos ocorrerão por videoconferência. Serão ouvidas:

  • 6 testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR);
  • 74 testemunhas arroladas pelas defesas dos oito réus.

Alguns nomes foram citados por mais de uma defesa. É o caso do senador Hamilton Mourão, convocado para colaborar com os advogados de Bolsonaro, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Já o general Freire Gomes prestará depoimento tanto pela acusação quanto por algumas defesas.

Ordem das oitivas: acusação, colaborador e defesas

As oitivas seguirão a seguinte ordem:

  1. Testemunhas da acusação (PGR)
  2. Testemunhas indicadas pelo colaborador Mauro Cid
  3. Testemunhas das defesas dos demais acusados

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmou acordo de colaboração com a Justiça e seu depoimento embasa parte da acusação.

Juiz auxiliar conduz audiências; Moraes acompanha à distância

As audiências serão conduzidas por um juiz auxiliar do gabinete de Moraes. O ministro não participa diretamente da oitiva das testemunhas, mas acompanha o andamento do processo.

De acordo com o professor Rafael Soares, especialista em Direito Processual Penal, é nessa etapa que se consolida a produção de provas que podem influenciar na decisão final.

“É o momento de demonstrar a culpa ou a inocência dos réus. Tanto defesa quanto acusação podem questionar as testemunhas. A prova judicial é diferente daquela produzida na fase policial”, explica.

Depoimentos mais detalhados e com valor probatório

Mesmo testemunhas já ouvidas pela Polícia Federal durante as investigações podem ser chamadas novamente. A oitiva no processo penal tem peso distinto, pois ocorre sob o crivo do Judiciário, com ampla possibilidade de questionamento.

Restrições à cobertura da imprensa

As audiências não serão transmitidas ao público. Jornalistas credenciados poderão acompanhar os depoimentos em tempo real por meio de um telão em sala reservada no STF. A medida foi adotada para evitar que um depoimento interfira em outro e está amparada pelo artigo 210 do Código de Processo Penal.

Etapa inclui novos documentos e perícias

Durante a instrução processual, também é possível apresentar documentos, solicitar perícias ou anexar outros elementos ao processo. Após o encerramento dos depoimentos, os réus serão interrogados pelo Judiciário.

(*) Com informações do SBT News

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