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Mobilidade

O Amazonas não pode parar no trânsito

Em Manaus, o sistema de transporte coletivo enfrenta um colapso crônico

A mobilidade urbana deixou de ser apenas um problema logístico: ela é, hoje, um dos principais indicadores de qualidade de vida, desenvolvimento social e sustentabilidade ambiental. E o Amazonas, com todas as suas singularidades geográficas, econômicas e culturais, não pode continuar tratando esse tema como um rodapé de pauta.

A maneira como nos deslocamos afeta diretamente a produtividade, o o à saúde, à educação, ao lazer e até mesmo à segurança pública. Em Manaus, por exemplo, o sistema de transporte coletivo enfrenta um colapso crônico. O número de carros nas ruas cresce mais rápido do que a infraestrutura urbana consegue ar. Enquanto isso, a frota de ônibus envelhece e o BRT não sai do papel — mas as selfies com medalhas continuam a todo vapor.

No interior, a situação é ainda mais grave. Em cidades isoladas, as estradas vicinais viram rios de lama na cheia e desertos de poeira na seca. O transporte hidroviário, que deveria ser estruturado como política pública permanente, vive de improvisos e promessas. Aeroportos operam sem infraestrutura mínima, e a interligação entre modais é uma utopia distante. Nossos rios, que poderiam ser soluções, são tratados como obstáculos.

Enquanto isso, a política regional se perde em agendas simbólicas e cerimônias vazias. É preciso sair do modo “medalha e “moção de aplausos” para quem faz só aquilo que tem obrigação de fazer e entrar no modo “planejamento e ação”. O poder público precisa parar de discutir o sexo dos anjos — ou os títulos de cidadão amazonense — e começar a discutir como integrar Manaus ao interior, como pavimentar a BR-319 com responsabilidade ambiental, como conectar os modais de transporte, como garantir ibilidade, como incorporar tecnologias sustentáveis, como pensar um transporte urbano digno para as próximas décadas.

Sem isso, o Amazonas continuará parado no trânsito — físico e político. E um estado parado não atrai investimentos, não protege seus cidadãos, não evolui.

A hora de andar é agora. Porque o futuro não espera o próximo mandato.

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