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Iniciativa

Startup mato-grossense transforma resíduos e aposta na economia circular

Empresa nasceu da inquietação da empreendedora com os rumos da sua carreira e do desejo de atuar diretamente na transformação da realidade socioambiental

Foto: Divulgação

A gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil ainda é um dos grandes desafios ambientais e econômicos do país. Com cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos gerados por ano, apenas 4% são efetivamente reciclados, segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema). Esse número é significativamente inferior à média de reciclagem de países com nível de desenvolvimento semelhante, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que alcançam cerca de 16%. Além disso, a destinação inadequada dos resíduos gera sérios impactos: R$ 130 bilhões podem ser desperdiçados até 2050 com a má gestão dos rejeitos, e os lixões brasileiros são responsáveis por aproximadamente 27 milhões de toneladas de CO₂ equivalente liberados por ano, contribuindo diretamente para as mudanças climáticas e a degradação ambiental.

Nesse cenário crítico, surgem iniciativas inovadoras que mostram que é possível aliar sustentabilidade, empreendedorismo e impacto social. É o caso da Origem, uma startup de Cuiabá (MT) fundada pela engenheira civil Yasmin Rojas Fonseca. A empresa nasceu da inquietação da empreendedora com os rumos da sua carreira e do desejo de atuar diretamente na transformação da realidade socioambiental. A solução proposta é simples, mas poderosa: coletar resíduos orgânicos em residências, empresas e eventos, transportá-los em sacos compostáveis, e transformá-los em adubo natural de alta qualidade, por meio de um processo de compostagem controlada, que dura cerca de cinco meses. O composto final é devolvido a clientes interessados ou destinado a agricultores familiares, fortalecendo a economia circular e promovendo a regeneração do solo.

A Origem atua com planos quinzenais ou semanais para residências e com coletas semanais para empresas, sempre acompanhadas de relatórios de impacto ambiental, detalhando a quantidade de resíduos desviados de aterros e as emissões evitadas. Em eventos, a startup atua de forma pontual, realizando a triagem dos materiais in loco (orgânicos, recicláveis e rejeitos), garantindo o destino correto para cada tipo de resíduo. Todo o processo é rastreável: os resíduos são pesados, identificados por origem e monitorados até a fase final de compostagem. Desde a sua criação, em 2020, a Origem já evitou o descarte de mais de 395 toneladas de resíduos orgânicos em aterros sanitários.

O projeto conta com o apoio do Sebrae-MT, especialmente por meio do Centro Sebrae de Sustentabilidade, que contribuiu com capacitações, apoio jurídico e financeiro. A startup também foi contemplada com um aporte de R$ 40 mil pelo edital Inova Amazônia, o que permitiu sua expansão. Além da atuação operacional, a empresa promove oficinas educativas, palestras e ações de conscientização em escolas e empresas, disseminando conhecimento sobre compostagem e estimulando o engajamento ambiental em diferentes faixas etárias e setores da sociedade.

A Origem é exemplo de como soluções locais, tecnicamente embasadas e com visão de futuro, podem contribuir para reverter um cenário nacional ainda marcado por desperdício, informalidade e impactos negativos. Ao transformar resíduos orgânicos em recurso, a startup ajuda a construir uma economia mais limpa, inclusiva e regenerativa, que entende que o lixo não precisa ser fim – pode, e deve, ser recomeço!

Iniciativa brasileira com inteligência artificial busca frear desperdício de medicamentos 

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão à frente de uma iniciativa que pode transformar a gestão hospitalar no país: o projeto ‘CEPID ARIES’. Com o uso de inteligência artificial (IA) e grandes volumes de dados clínicos, a equipe desenvolve análises preditivas capazes de identificar padrões de resistência bacteriana e otimizar o uso de antibióticos em unidades de saúde. Trata-se de uma estratégia concreta para combater o desperdício de medicamentos, uma das principais causas de desequilíbrio financeiro em hospitais públicos e privados.

O impacto econômico dessa tecnologia se torna ainda mais relevante ao considerar que uma parte expressiva dos recursos destinados à saúde é desperdiçada com medicamentos vencidos, mal armazenados ou mal istrados. A IA aplicada à cadeia de insumos médicos permite prever demandas com mais precisão, automatizar a logística e evitar excessos que geram perdas bilionárias ao setor todos os anos.

Experiências internacionais já demonstram o potencial da tecnologia nesse campo. Na Europa e na Ásia, hospitais que adotaram bombas automatizadas para a istração de anestésicos relataram economias de até 50%. Na China, o uso de robôs para fracionar antibióticos reduziu o desperdício em quase 60%.

Na interseção entre ciência, economia e tecnologia, projetos como esse apontam caminhos sustentáveis e eficazes para um sistema de saúde mais inteligente, eficiente e equilibrado.

Foodtech aposta na castanha da Amazônia e movimenta bioeconomia com bebida vegetal

A foodtech brasileira Cuíca está ganhando espaço no mercado de alimentos ao lançar um leite vegetal feito a partir da castanha-da-Amazônia, combinando inovação, nutrição e sustentabilidade. Produzido com castanhas coletadas por comunidades extrativistas da floresta, o produto reforça a bioeconomia amazônica e valoriza saberes tradicionais, com impacto direto na geração de renda local.

A startup atua em parceria com agricultores familiares, povos originários, grupos de mulheres e cooperativas, fortalecendo cadeias produtivas sustentáveis e promovendo o uso responsável dos recursos naturais. Para garantir qualidade e conservação da bebida, a Cuíca também conta com a colaboração da Tetra Pak, responsável pela embalagem cartonada asséptica, que amplia a vida útil do produto sem necessidade de refrigeração imediata – o que é estratégico para a logística em regiões remotas.

A castanha-do-brasil (ou castanha-da-Amazônia) é um dos principais produtos extrativistas do país, e o estado do Amazonas lidera a produção nacional, com cerca de 11 mil toneladas por ano. Em todo o Brasil, a produção chegou a 38 mil toneladas em 2022, movimentando comunidades e fortalecendo o modelo de floresta em pé. Bioeconomia na veia!

MRV investe em assistente virtual exclusivo para corretores

Com o crescimento acelerado do setor imobiliário no Brasil, a tecnologia tem se tornado uma aliada cada vez mais estratégica para os corretores de imóveis. Um exemplo disso é o Marco, primeiro assistente virtual desenvolvido exclusivamente para esse público, lançado pela MRV. A ferramenta foi criada para oferecer autonomia, agilidade e inteligência de mercado, centralizando informações como produtos, comissões, campanhas, crédito e orientações de vendas – tudo isso em formato de conversa, por texto ou áudio.

Diferente de outros assistentes no mercado, que atuam no atendimento ao cliente final, o Marco é voltado exclusivamente para os corretores da companhia, funcionando como um verdadeiro parceiro digital no dia a dia da operação. O uso da ferramenta já impacta positivamente a rotina de mais de 1.200 profissionais, promovendo onboarding mais rápido, redução da sobrecarga gerencial e maior eficiência na linha de frente.

Trata-se de mais uma iniciativa que mostra como a inteligência artificial pode contribuir diretamente para a valorização e a produtividade do corretor de imóveis, oferecendo não apenas tecnologia, mas também e humano e direcionado e que, no final, reflete em aumento nas vendas. 

RÁPIDAS & BOAS 

Nos dias 26 a 31/5, acontecerá a ‘12ª Rondônia Rural Show Internacional – do campo ao futuro’, que será realizada em Ji-Paraná / Rondônia. Trata-se de uma feira de agronegócios anual, que promove agricultura, pecuária, tecnologia rural e produtos relacionados. As inscrições estão sendo realizadas pelo link (https://tinyurl.com/5n6w34ce).

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A primeira edição do Prêmio ‘Ciências Indígenas: Soluções Ancestrais pelo Clima, pela Amazônia e por Todas as Vidas’  está com inscrições abertas até sexta-feira (30/5). A iniciativa do Podáali-Fundo Indígena da Amazônia Brasileira busca reconhecer, valorizar e fortalecer projetos coletivos desenvolvidos por povos, comunidades e organizações indígenas da Amazônia brasileira que atuam no enfrentamento à crise climática. Para mais informações e inscrições, basta ar o link (https://tinyurl.com/3f8rr87v).

Leia mais: Costa Brasil amplia presença em Manaus e prevê salto operacional com investimentos de R$ 15 milhões em 2025

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