A Justiça de Roraima revogou, nesta sexta-feira (23), a prisão temporária do delegado Adriano Félix Claudino da Silva, da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), e da escrivã Adriana Souza dos Santos, lotada na Polícia Civil de Roraima. Ambos estavam presos desde a deflagração da Operação Jeremias 22:17, da Polícia Federal, que apura a atuação de um grupo criminoso suspeito de sequestro, tortura e segurança privada clandestina.
A decisão, assinada pela juíza Noêmia Cardoso Leite de Sousa, destaca que os objetivos da prisão já foram atingidos e que não há mais risco à coleta de provas. Com isso, os dois deixam a prisão, mas devem cumprir medidas cautelares como:
- Comparecimento periódico à Justiça;
- Proibição de contato com envolvidos no processo;
- Proibição de deixar a comarca por mais de 15 dias sem autorização;
- Suspensão de suas funções públicas.
Prisões mantidas para outros quatro investigados
Por outro lado, a juíza manteve as prisões temporárias dos investigados Álvaro Tíburcio Steinhe, Edmilton Freire dos Santos, Lidivan dos Santos Reis e Jan Elber Dantas Ferreira, também alvos da operação. Eles são apontados pela Polícia Federal como participantes de ações para dificultar as investigações, incluindo a recusa em fornecer senhas de celulares e suspeitas de destruição de provas.
O investigado Matheus Possebon teve o pedido de revogação de prisão desmembrado para outro processo e será analisado separadamente.
Relembre o caso
A Operação Jeremias 22:17 foi deflagrada na manhã de quarta-feira (22) pela Polícia Federal, com apoio do Ministério Público de Roraima. A ação cumpriu sete mandados de prisão e 13 de busca e apreensão em cinco estados: Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Segundo a PF, o grupo formado por policiais civis e militares sequestrou e torturou um homem em Caracaraí (RR), em fevereiro de 2023, com o objetivo de obter informações sobre uma carga de cassiterita supostamente roubada. A vítima relatou ter sofrido choques elétricos e agressões físicas antes de ser libertada com R$ 60 para retornar para casa de ônibus.
A investigação aponta ainda que os envolvidos operavam ilegalmente como seguranças privados e realizavam ações investigativas sem autorização legal.
Leia mais: Delegado do AM é um dos presos em operação da PF por sequestro e tortura em RR
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