×
Pesquisa

Café e arroz continuam com alta nos preços

Algumas categorias de consumo essencial, como açúcar e arroz, voltaram a registrar aumento na indisponibilidade

Foto: Divulgação

O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou leve retração em abril e fechou o mês com 12%. A redução de 0,2 ponto percentual (p.p.) frente a março representa o menor número registrado nos últimos 12 meses. Apesar da tendência de estabilização no indicador geral, algumas categorias de consumo essencial, como açúcar e arroz, voltaram a registrar aumento na indisponibilidade, o que acende um sinal de alerta para o setor varejista.

“A redução da ruptura se deu em partes por causa da redução das vendas em volume, quando comparamos abril e março. Embora o índice geral tenha melhorado, a persistência de desabastecimentos em categorias de alta demanda, como alimentos básicos, revela fragilidades na cadeia de consumo”, explica Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid.

Robson Munhoz explicou que as oscilações refletem a complexidade logística na reposição de itens de giro rápido. “Esse cenário exige maior integração entre indústria, varejo e operadores logísticos com foco em visibilidade de estoques em tempo real e respostas ágeis a variações sazonais.”

Categorias que se destacaram em abril de 2025 no Brasil:

Aumento de ruptura:

  • Açúcar: de 7,3% para 7,9%;
  • Arroz: de 7% para 7,7%;
  • Feijão: de 6,4% para 6,6%;

Diminuição de ruptura: 

  • Ovo: de 24,5% para 24,1%;
  • Café: de 10,4% para 9,7%;

Ovos

A categoria de ovos continua liderando o ranking de ruptura, mesmo após melhora – caindo de 24,5% em março para 24,1% em abril. Apesar da pequena retração, o patamar elevado reforça um alerta para o varejo, especialmente diante de uma oferta ainda impactada por exportações e desafios logísticos.

No âmbito dos preços, os dados reforçam a instabilidade da proteína. Os ovos vermelhos e de codorna em conserva tiveram um incremento de 2,84% e 0,75%, respectivamente. Já o tipo branco apresentou uma redução de 1,23%, saindo de R$ 14,62 em março para R$ 14,44 em abril, enquanto os ovos caipiras aram de R$ 17,39 para R$ 17,22 no mesmo período.

Variações de preço dos ovos:

Açúcar

A ruptura do açúcar cresceu em abril, ando de 7,3% para 7,9%. Esse avanço ocorre em um momento que coincide com o início da moagem da nova safra de cana-de-açúcar, impulsionada pela melhora nas condições climáticas nas regiões produtoras. No entanto, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a produção de açúcar cristal de melhor qualidade ainda não se mostra suficientemente robusta para atender à demanda do mercado.

Os preços exibiram comportamento misto em abril. O tipo refinado subiu de R$ 4,74 em março para R$ 4,80 no último levantamento, ao o que o mascavo teve um leve incremento, ando de R$ 21,87 para R$ 22,10. O açúcar cristal também registrou alta, ainda que discreta, saindo de R$ 4,48 para R$ 4,50. Por outro lado, os açúcares especiais foram o único tipo que apresentaram queda pontual – caindo de R$ 20,98 para R$ 19,78.

Variações de preço do açúcar:

Arroz

Depois de atingir o menor índice de ruptura em 12 meses em março (7%), o arroz voltou a registrar aumento, chegando a 7,7% em abril. O preço geral do produto caiu no período analisado, muito devido à combinação de maior oferta somada aos preços mais íveis, que impulsionaram a demanda e resultaram em inesperadas oscilações no abastecimento.

O valor médio do arroz branco caiu de R$ 6,59 em março para R$ 6,24 em abril – o menor patamar desde abril de 2024. Já o arroz integral registrou uma redução de 3,66%, enquanto o tipo oriental teve queda de aproximadamente 6%.

Variações de preço do arroz:

Feijão

Com ampliação de 0,2 p.p., a ruptura do feijão fechou o mês de abril em 6,6%. O comportamento da categoria foi marcado por redução tanto nos estoques quanto nas vendas. No que se refere a preços, o tipo carioca encareceu 2,81%, ao o que os feijões preto e vermelho tiveram queda de 3,27% e 0,95%, respectivamente.

Variações de preço do feijão:

Café

A ruptura do café apresentou a maior melhora entre as categorias analisadas, com queda de 10,4% para 9,7%. O movimento ocorreu mesmo com a diminuição das vendas, que foram compensadas por um aumento no volume de estoques.

O preço, contudo, seguiu em alta, pressionando o consumidor, com o valor médio do quilo do café em pó saltando de R$ 71,82 para R$ 75,97 e a versão em grãos ando de R$ 120,71 para R$ 131,10.

Variações de preço do café:

*Com informações da assessoria

Leia também

Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, e nosso canal no WhatsAppClique aqui e junte-se a nós! 🚀📱

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *