Manaus (AM) – A BR-319 foi totalmente interditada novamente na manhã desta terça-feira (3) após o rompimento de um cabo na balsa que faz a travessia do rio Autaz Mirim. A nova interdição ocorre cerca de 2 km do trecho onde o aterro sobre o rio Curuçá cedeu no fim de semana e já ou por reparos emergenciais.
A falha técnica paralisou o tráfego nos dois sentidos e, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a liberação da via só deve ocorrer no fim do dia.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) controlam o fluxo na região e reforçam o policiamento. Não há registro de manifestações.
Por volta das 20h de segunda-feira (2), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) havia liberado o tráfego de veículos leves no trecho, após concluir o reparo emergencial de uma barragem que havia desabado no mesmo ponto da rodovia. O rompimento da estrutura, causado pelo alto volume de água e a forte correnteza, interditou a agem desde a madrugada de domingo (1º).
Mesmo com a liberação parcial, caminhões e carretas continuavam impedidos de ar. Segundo o DNIT, as equipes seguem trabalhando para liberar totalmente a via o mais breve possível.
“Nosso foco agora é manter o fluxo de veículos leves e trabalhar com segurança para restabelecer a trafegabilidade completa”, informou a equipe técnica no local.
Equipes do DNIT permanecem de plantão para atender possíveis emergências, enquanto a PRF atua na organização do tráfego e na segurança da área.
Omar Aziz x Marina Silva
No último mês, o senador Omar Aziz (PSD-AM) fez um pronunciamento incisivo durante sessão no Senado Federal, com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Defensor histórico da pavimentação da BR-319, Aziz cobrou do governo federal mais do que promessas: pediu resolutividade para garantir a infraestrutura essencial ao povo do Amazonas.
“Quero resolutividade, não discurso!”, disse o senador.
‘Se um calango estivesse lá, o Ibama não permitiria’
Em tom crítico, Omar comparou as dificuldades enfrentadas na Amazônia com o que chamou de permissividade em grandes centros urbanos. Ele afirmou que obras emblemáticas do país, como Brasília, não seriam viáveis hoje sob as mesmas regras ambientais aplicadas à BR-319.
“Se Brasília tivesse que ser construída hoje, o Juscelino Kubitschek levaria 100 anos, coisa que ele fez em cinco, porque, se um calango estivesse lá, o Ibama não permitiria. O Lago Paranoá não existiria, Camboriú não existiria, Ipanema não existiria, Copacabana não existiria. E nós é que temos que pagar essa conta?”, questionou Aziz.
‘Queremos ear na 319’, diz Omar à ministra Marina Silva
O senador também defendeu o direito dos amazonenses de trafegar livremente pela rodovia, rebatendo o argumento ambientalista que impede a pavimentação da BR-319.
“Nós temos o direito de ear na 319. A senhora eia na Avenida Paulista hoje. Nós queremos ear na 319”, afirmou Omar, dirigindo-se diretamente à ministra.
Falta de oxigênio em Manaus
O momento mais emocionante do discurso foi quando o parlamentar relembrou a crise do oxigênio durante a pandemia da Covid-19 em Manaus. Segundo ele, a falta de uma ligação rodoviária adequada com o restante do país agravou a tragédia.
“Eu vi quinze mil pessoas morrerem na cidade de Manaus por falta de oxigênio, porque a BR-319 não estava asfaltada e era época de inverno, ministra. Meu irmão morreu por falta de oxigênio, amigos meus morreram por falta de oxigênio, porque não tinha uma estrada para levar oxigênio. A senhora quer que eu fique ivo a tudo isso?”, desabafou.
Leia mais
BR-319 é parcialmente liberada após reparo de barragem no rio Curuçá
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, e nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱