A economia brasileira enfrenta um momento de grande incerteza em 2025, com indicadores que apontam para um aprofundamento da crise fiscal. A recente queda do Ibovespa reflete a crescente preocupação dos investidores, impulsionada em grande parte pelo desempenho da Petrobras e pelas discussões em torno das finanças públicas.
Petrobras e o Impacto no Mercado Acionário
A estatal de petróleo tem sido um dos principais motores da desvalorização do principal índice acionário do país, sofrendo duplamente. Primeiramente, a queda do preço internacional do petróleo impacta diretamente sua receita. Em segundo lugar, e de forma mais significativa para o mercado local, há um crescente temor dos investidores em relação aos planos do governo federal de extrair até R$ 40 bilhões adicionais do setor de óleo e gás entre 2025 e 2026.
Essas medidas, ainda pouco detalhadas e com comunicação falha, espalharam pessimismo e contribuíram para a acentuada valorização do dólar frente ao real.
O Pacote Fiscal: Um “Puxadinho” Insuficiente para as Contas Públicas?
A agenda fiscal do Brasil segue sob escrutínio. As expectativas em torno das medidas que o Ministério da Fazenda deverá apresentar como alternativa ao malfadado aumento do IOF são altas, mas o ceticismo no mercado é justificado.
A convicção reformista do presidente Lula é percebida como frágil, e a história recente, com o “discurso de ajuste” evaporando no final de 2024, reforça essa desconfiança. As propostas ventiladas até agora são apenas rascunhos, carecendo de articulação e clareza sobre sua efetiva implementação para solucionar o déficit primário.
Para o curto prazo, o governo aposta em leilões de excedentes de petróleo, aumento da tributação sobre apostas esportivas (“bets”), regulação de operações com criptoativos e pautas sensíveis no Congresso como a reforma da previdência dos militares e o fim dos supersalários. No longo prazo, fala-se em corte de até R$ 30 bilhões anuais em renúncias fiscais.
Contudo, como aponta Ana Costa, economista-chefe da Capital Investimentos, em entrevista recente:
“O que temos visto é um governo que tenta apagar incêndios fiscais com medidas paliativas. A falta de um plano de longo prazo e a inconsistência nas sinalizações só aumentam a desconfiança dos investidores.”
Nenhuma dessas medidas, isoladamente, parece ser suficiente para resolver o grave desequilíbrio fiscal brasileiro.
A Dívida Pública em Alerta Vermelho: Perspectivas para 2025 e 2026
O Brasil amarga a pior deterioração nas expectativas fiscais entre os emergentes, com projeções de déficit primário para 2025 e 2026 se agravando notavelmente. O elevado patamar atual da dívida pública , somado à contínua deterioração do quadro fiscal, acende alertas legítimos sobre a sustentabilidade das contas públicas. O governo, que há poucos meses afirmava estar “arrumando a casa”, agora ite que as contas públicas estão em colapso. O discurso mudou porque a realidade se impôs. O pacote atual, mesmo com alguns pontos positivos, é visto como um “puxadinho” provisório, com o alívio, se houver, estendendo-se apenas até 2027.
Para se manter atualizado sobre o cenário econômico 2025 e as perspectivas fiscais do Brasil , continue acompanhando as análises de mercado. A volatilidade é a nova constante, e a compreensão dos fatores que a influenciam é fundamental para investidores e para a população em geral que busca entender o investimento no Brasil.
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