MANAUS (AM) – O Amazonas alcançou certificação histórica no setor agropecuário: agora reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Com isso, o estado entra para o grupo de regiões habilitadas a exportar carne bovina e seus derivados a mercados altamente exigentes, como União Europeia, China, Estados Unidos, Japão e Emirados Árabes Unidos.
A certificação, oficializada durante a 92ª Sessão Geral da OMSA, ocorreu em Paris, no fim de maio. Ela reconhece que o Amazonas erradicou a doença sem necessidade de vacinação, atendendo critérios de rastreabilidade, controle sanitário e biossegurança exigidos por organismos internacionais.

Impacto direto na economia e na competitividade
O novo status sanitário agrega valor ao produto final e remove barreiras comerciais que antes impediam o o a mercados . Além disso, a certificação representa economia direta aos produtores: com o fim da obrigatoriedade da vacinação, estima-se uma redução significativa nos custos operacionais da pecuária local.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), o estado possui um rebanho estimado em 2,7 milhões de bovinos e bubalinos. Com a abertura dos novos mercados, a expectativa é de crescimento no volume de exportações e valorização da produção.
De zona endêmica ao mais alto padrão internacional
A trajetória do Amazonas até essa conquista é marcada por avanços graduais. Em 2004, o estado ainda registrava focos da doença. Em 2017, obteve o status de zona livre com vacinação. Já em 2020, 13 municípios do sul e sudeste alcançaram o status de livres sem vacinação. Agora, com a certificação internacional, todos os 62 municípios do estado am a integrar esse padrão.
O reconhecimento internacional, precedido pelo reconhecimento nacional concedido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 2023, ocorreu por meio da Portaria nº 665.
Investimento público e articulação técnica
Desde 2019, o Governo do Estado investiu mais de R$ 5,4 milhões em campanhas de vacinação, barreiras sanitárias e ampliação do monitoramento agropecuário. O processo envolveu atuação integrada da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e o Idam.
Para os mais de 22,6 mil pecuaristas ativos no estado, o selo da OMSA representa não apenas uma vantagem comercial, mas também um avanço institucional da cadeia produtiva, hoje apta a competir em padrão global.
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