Uma das principais criticas ao Governo Federal gira em torno dos gastos excessivos com o dinheiro público. É o que diz o consultor econômico Gustavo Segré. Para ele, o argumento do governo de gastar mais não se sustenta justamente porque não há um retorno concreto para a população.
“O governo está dizendo ‘eu preciso arrecadar mais’, mas é para investir em saúde, na segurança e na educação? Não, é para gastar mais, para fazer uma cobertura de um gasto absurdo sem nenhuma contrapartida. A outra é ‘preciso ganhar mais’, por que? ‘porque estou gastando muito’. Nenhuma das duas atende o conceito da sociedade”, critica Segré.
De acordo com Segré, a cada 37 dias, o governo federal tem aumentado os impostos. Mesmo assim, na visão do especialista, a arrecadação não reflete e melhoria para a população.
“Então, estamos gastando mais para o governo gastar. Estamos pagando mais tributos para que o governo continue gastando. E outra, estão considerando este dinheiro como arrecadatório, não necessariamente vai ser assim”, destacou o economista.
Ele aponta que houve uma queda na atividade econômica e arrecadação. Mesmo assim, o gasto vai “continuar lá em cima”.
“A conta não fecha, o déficit aumenta e há o aumento da dívida. Tudo isso atrapalha o povo brasileiro”, diz o economista.
Gastos do governo federal ou investimentos?
Ao ser confrontado sobre críticas a respeito dos gastos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu as cobranças para cortar dinheiro público. Conforme Lula, os gastos apontados por empresários e banqueiros são, na verdade, investimentos para os mais pobres.
“Aí vocês veem os empresários brigando, os banqueiros, dizendo que o governo está gastando demais, esse governo dá Bolsa Família demais, ‘esse governo dá benefício previdenciário demais, dá Pé-de-Meia demais, esse governo gasta muito com pobre’ e vai por aí afora”, rebateu Lula.
A fala do presidente foi feita na quinta-feira (12) durante um evento sobre a tragédia em Mariana, em Minas Gerais. No dia 5 de novembro de 2015, houve um rompimento da barragem que resultou na morte de 19 pessoas.
O evento em que Lula discursou foi feito para anunciar os avanços no acordo da tragédia em Mariana. Conforme o presidente, os ricos gastam cerca de R$ 860 bilhões com isenções tributárias e outros benefícios. Defendeu que há uma “sina desgraçada” no país em que os pobres devem morrer sem subir de classe social.
“Vocês sabem quanto que nós gastamos com os ricos? Vocês sabem quantos bilhões a gente dá de isenção para os ricos desse país que não pagam imposto? R$ 860 bilhões. É 4 vezes o Bolsa Família. Agora, o que a gente dá para eles é investimento, o que a gente dá para vocês é gasto”, disse.
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